Buscar o equilíbrio entre o físico, o energético e o espiritual é uma das formas de ficar bem e manter a qualidade de vida.

Problemas de saúde podem estar ligados a sentimentos e pensamentos negativos. O bem-estar invariavelmente passa pelo equilíbrio entre o físico, o mental, o emocional, o energético e o espiritual. Já é cientificamente comprovado que questões sentimentais, quando mal trabalhadas, acabam ocasionando doenças. Segundo as leituras holísticas, cada emoção é correspondida em um órgão determinado e, no momento em que existe a desarmonia, surgem enfermidades específicas. Nesse ponto, é fundamental identificar o que está por trás da complicação experimentada. Terapias alternativas e naturais se mostram eficazes para a cura emocional, gerando, além da melhora no estado geral do organismo, abundância e desenvolvimento pessoal, a partir de práticas e exercícios próprios.

Dentro dessa perspectiva totalizante, compreendendo a pessoa como um todo, o estudo sobre os centros de energia do corpo humano, os chamados chacras, considerando ainda as camadas do campo áurico, é fundamental para a obtenção de bons resultados no tratamento. Por outro lado, quando o ser humano volta a atenção para o que é bom e assume uma postura positivista em relação a vida, o aparecimento de patologias é atenuado. Afinal, todos somos autores dos nossos próprios destinos e caminhos. Pequenas mudanças de atitude redirecionam o foco para as coisas boas, na hora em que se quiser. Tudo o que acontece na vivência diária parte do que se acredita, pelo que se é e pelo modo de encarar a existência.

Todas as doenças se originam de emoções, pontua a terapeuta corporal e holística Inez Linhares. Ela explica que, quando o indivíduo não dá conta de uma emoção, ela pode se transformar em uma doença, ainda que isso não signifique que qualquer sentimento gera o adoecimento. “Pelo contrário. As emoções estão aí para equilibrar a saúde. Você precisa ficar triste, precisa ficar alegre, precisa ter raiva. O problema é quando isso foge do controle, quando extrapola. A emoção não pode estar de mais nem de menos. Uma coisa é a tristeza, outra é o pânico. Uma coisa é estar alegre, outra eufórico – na euforia, se perde a noção do perigo, o bom senso. O medo, por exemplo, é uma das emoções mais bonitas e necessárias, porque dele parte o sentido de preservação. Enfim, não se deve negar uma emoção e nem muito menos cultuá-la, dar uma ênfase muito forte para ela. Nos dois casos, nos dois extremos, isso vai te adoecer. Tem que haver um equilíbrio”, elucida.

Há dois anos, a professora Renata Gontijo Brito, de 37 anos, convive com uma alergia de fundo nervoso. Os episódios começaram com vermelhidão e coceira por várias regiões do corpo, como pernas, barriga, pescoço e costas. Com a situação se agravando cada vez mais, ela procurou uma dermatologista, que solicitou diversos exames, mas nenhum resultado elucidou o porquê do problema. A médica, a princípio, receitou um antialérgico, depois creme com corticoide, e remédio oral com cortisona. Renata também recorreu à homeopatia, mas nenhum desses tratamentos surtiu efeito. “Diminuiu, mas não melhorou completamente. Os exames não apontavam nada e, nem a alopatia, nem a homeopatia, adiantaram”.

Por experiência própria, a professora observou que, quando está estressada e com preocupação exacerbada, seja com questões familiares ou financeiras, a alergia se manifesta. Hoje em dia volta de vez em quando, mas mais amena, quando Renata está em uma situação de desgaste emocional. “A partir do momento em que resolvo esses assuntos, a alergia some. Controlo com cremes hidratantes. Estou pensando em procurar um alergista e, talvez, a acupuntura. Também considero terapia com psicólogo, mas por enquanto não estou fazendo nada de especial”.

LEITURA CORPORAL

Dependendo do tipo do sentimento, ele se relaciona com uma parte diferente do organismo e, conforme o órgão afetado, aparecem as enfermidades correspondentes. Pela leitura corporal, essa ligação fica evidente. Inez esclarece: os rins estão relacionados ao medo; o fígado a raiva ou emoções fortes; o pulmão, assim como todo o sistema respiratório, a tristeza; baço e pâncreas correspondem a perdas e ganhos, à dificuldade em ganhar e perder, seja em qualquer característica da vida. “A pessoa fica diabética quando se aposenta, ou perde o emprego, ou perde um ente próximo. Se não sabe lidar com essa perda, adoece”, explicita Inez. Os aparelhos genitais, por sua vez, têm a ver com atritos e conflitos nos relacionamentos interpessoais. O intestino significa impermanência – a pessoa se fixa no passado, ou no futuro, e nunca está no aqui e agora, a única realidade palpável, e onde se encontra a felicidade – estar no presente é estar com os pés no chão.

O poder do coração
Esse órgão trabalha com o poder da emoção. Desequilíbrios aí refletem obsessão, em que a pessoa acredita que o único sentimento que vale é o seu

O coração e o estômago são órgãos de poder. “O coração trabalha com o poder da emoção. Desequilíbrios aí refletem obsessão – podemos citar o feminicídio como exemplo de como isso ocorre. A pessoa pensa que o que vale é só o seu sentimento, só o seu amor. No estômago, esse aspecto parece mais com questões materiais: quero que seja do meu jeito, isso é meu… Quem tem problema de estômago tem problema de intolerância, de posse”, diz a profissional. Ela salienta que a intensidade da doença também encontra explicação conforme o órgão. “Um câncer de pulmão é uma tristeza, junto com uma mágoa que você não dá conta de digerir, de viver. No geral, a cura não vem só do tratamento. É fundamental o indivíduo mudar a postura em relação àquele sentimento”.

Para conseguir transpor as energias negativas para as positivas, Inez clarifica que o importante é trabalhar o aspecto mental, racional. “Quando a pessoa admite que não quer mais aquilo, começa a dar passos e fazer escolhas a seu favor. Por exemplo: perdi o emprego. Ao invés de ficar focado nessa dificuldade, o que poderia gerar um problema mais sério, respire e pense como pode ser feliz. Posso fazer alguma outra coisa que sei e faço bem? Quando você toma uma decisão, está mudando o seu posicionamento e aquela situação vai ficar mais leve. Seja qual for a mudança, a resposta é rápida”, orienta.

Para quem precisa novamente encontrar o equilíbrio, o mais adequado é buscar um auxílio externo, diz a terapeuta. “Com a redistribuição energética, meu forte de atuação, coloco para vazar as emoções no sentido de harmonizá-las. Se essa não for a opção, pode -se recorrer a uma forma de reflexão, de meditação, ou uma terapia com psicólogo mesmo. A pessoa deve querer sair daquilo. É um entendimento interno, a fórmula não está disponível para comprar em lojas. Há que se colocar a favor de si próprio”, acrescenta.

“Somos muito influenciados por padrões. Comportamento, cultura, tudo mais. Você precisa entrar em contato consigo mesmo para estar melhor em relação a escolhas. O campo espiritual influencia diretamente em tudo. Se você não dá valor ao seu eu espiritual, dificilmente vai deslanchar na vida. As pessoas pensam como fé, como crença, mas esse é um espectro bem mais amplo. O ser humano deve entender que todos nós somos um só. Um precisa do outro. É na convivência, nessa troca, nesse agregar, que se encontra a harmonia para viver”.

ATRAÇÃO

Tendo em vista toda essa abordagem, é crucial compreender a força do pensamento, que é através do que a realidade é criada e nos é apresentada, continua Inez. “O pensamento positivo atrai coisas positivas, o pensamento negativo atraia coisas negativas”. Para cada caso em que as doenças se manifestam, há uma indicação de tratamento. As terapias alternativas alcançam os prismas da mente e do espírito, enquanto a medicina tradicional, a ciência, soluciona as questões do corpo. “A alopatia para mim é uma ferramenta maravilhosa. Sobre os métodos alternativos, estamos em período muito bom, muito aberto nesse sentido. Qualquer linha de tratamento vai dar resposta, seja qual for. Algumas mais eficientes ou de retorno mais rápido que outras. Aconselho, em qualquer situação, a meditação junto. Meditar significa sair de você, sair dos seus problemas, limpar a mente. O que não quer dizer deixá-la vazia, mas sim abrir mão daquilo que você está pensando e gerando o tormento”, descreve Inez.

Manter-se produtivo é um ‘santo remédio’

J.A.M.N., que prefere não se identificar, experimentou por dois anos uma séria crise de depressão, originada de sentimentos mal elaborados na transição da juventude para a idade adulta. Ele passou boa parte do tempo no exterior e, como qualquer um, procurou ser bem-sucedido, formar família, mas, mesmo que isso pudesse estar à mão, em um determinado momento, tudo pareceu não passar de ilusão. “Com a idade acabam caindo por terra as cortinas que ocultam a verdade. Me vi sozinho na forma de pensar, no aspecto pessoal, dando valor para as aparências. Acabei descobrindo o vazio nas pessoas”, diz. Ainda que tudo aparentasse estar bem, ele conta que perdeu a graça de viver e ficou sem foco, diante de uma rotina que se repetia tanto, até chegar a um estado de vácuo e frustração, por assim dizer.

“Faltava meu crescimento próprio, como ser humano. Fiquei deprimido, muito ruim, agressivo, mal humorado. Tinha altos e baixos emocionais. Ora estava extremamente triste, ora eufórico. Vivenciei meu lado negro, parei no fundo e, quando se está nesse ponto, você fica sem rumo”, lembra. J.A.M.N. procurou um psicólogo, entretanto não se identificou com o tratamento. Partiu, então, para terapias alternativas, como a bioenergética, participou de retiros em grupo, buscando a harmonia pela perspectiva espiritual. “Vivenciei uma crise de identidade. Lá fora me sinto homem e, quando volto ao Brasil, me vejo como um pré-adolescente rebelde e arrogante. Foi fundamental, para me curar, deixar o passado para trás”, conclui.

A artista plástica Sônia Assis, de 73 anos, começou a sentir problemas de saúde depois que deixou o emprego como professora de desenho em uma universidade de Belo Horizonte. Logo após a aposentadoria, em meados de 2018, iniciou com tensão extrema e nervosia, por acúmulo de sentimentos obscuros. Principiaram crises intensas de dor de cabeça, tonteiras e desequilíbrio, o que depois desencadeou sinusite crônica, com desconforto grave na cervical e no alto da cabeça, acentuada por uma má formação na narina esquerda.

Fonte: uai.